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A ti ... e às minhas borboletas na barriga!

  • Foto do escritor: mariafedaita
    mariafedaita
  • 25 de jul. de 2018
  • 2 min de leitura

Apareceste, mas avisaste. Chegaste e soube logo que devias andar por lá. Embora a medo (ou por receio de quem anda nestas vidas hospitalares!), foste só nossa durante uns tempos. Porque te queríamos muito, mesmo sem gritarmos aos sete ventos. Sempre quisemos.

No início, achei que o mau estar que me fazias sentir fazia de mim uma fraca, que seria incapaz de tolerar-te o resto do nosso tempo. Ninguém nos diz ou avisa do medo que vamos sentir, da má disposição que nos invade quando sentimos o aroma dos refogados ou tentamos tolerar o perfume de quem nos acompanha. Sabemos que pode existir, mas não queremos crer que se torna difícil de tolerar ao ponto de me esgueirar pálida até ao sofá ou rezar para que ao acordar, de manhã, aquela náusea irritante não esteja lá outra vez. Mas passa! Ou melhor, cá em casa passou!


Não sei descrever a primeira vez que te vi. Um minúsculo feijão duvidoso, que se foi tornando num tuberculozinho cujo coração começamos a ouvir. Mas ninguém nos diz que somos invadidos, de cada vez que te procuramos, por um medo galopante de que já lá não estejas. Sei, ou é o que dizem, que esta angústia se vai manter para sempre, como mãe. Que o aperto no coração não vai nunca desaparecer.


A ti, as minhas borboletas na barriga, que se tornaram, ultima e literalmente, num pontapear enérgico. A ti, que ocupas o início da minha noite, porque teimas em mexericar loucamente a essa hora enquanto tento adormecer; Difícil mostrar e transmitir a alguém o que nós, mulheres, somos capazes de presenciar dentro de nós. Se passo o dia ocupada, chego à noite ansiosa para que te divirtas ao fim do dia quando me refastelo no sofá; ou que te irrites apenas porque parei. Quem sabe. Ou fico alerta, quando demoras a dar sinais de ti.

Mas não nos dizem que vamos passar por mudanças que radicalmente nos transformam num ser ultra sensível. Se um dia vamos sorrir entre dentes orgulhosas da barriga que vai crescendo, no outro vamos chorar por nos notarmos "maiores" sem caber naquelas que eram as nossas coisas. E isso ninguém nos diz.


E a ti, que me fazes já achar que enlouqueço por falar sozinha, mas estou só a pedir-te opinião ou a fazer confidências. A ti, que me fazes perder horas outrora preciosas a imaginar e a pesquisar aquele que vai passar a ser o nosso mundo.

A ti, que por enquanto me fazes sentir a única responsável e dona de ti ... nunca deixes de me fazer sentir borboletas na barriga durante o resto do nosso tempo.


A ti ... daquela que será um dia destes, parece, a tua mãe!


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MARIA FEDAITA

SAÚDE E BEM ESTAR

© 2016 por Maria FEDAITA. Orgulhosamente criado com Wix.com

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