Idas ao ginecologista ... parvas das mulheres!!

É verdade, só nós, mulheres, conseguimos compreender como uma simples ida ao ginecologista nos pode fazer sentir parvas!

Não é só nervosas, ou receosas - pois digamos que "aquela-cadeira-que-nos-deixa-a-corar-de-vergonha" não é propriamente como a cadeira do café ou de lá de casa, por muito almofadada que seja! - é parvas, mesmo! Com atitudes e, principalmente, pensamentos estupidamente parvos.

Não vão dizer que estou errada, pois não?

Quem nunca, de vocês mulheres, teve pensamentos maléficos sobre doenças horríveis antes de ir ao ginecologista?

Quem nunca, de vocês mulheres, magicou umas picadelas na maminha antes de ir ao ginecologista?

Quem nunca, de vocês mulheres, sentiu um friozinho (parvo!) na barriga antes de entrar no ginecologista, a ponto do intestino borbulhar e funcionar loucamente?

É REAL!!! Vamos ao ginecologista - porque temos MESMO que ir - mas somos tãooooo parvas de vez em quando. Só porque no fim - tudo (ou quase tudo!) fica bem.

Ora vejam lá algumas das nossas outras atitude e pensamentos parvos!

1. Banho obsessivo antes da consulta - ou pensamentos obsessivos com depilações mal acabadas, pêlos encravados ... CHECK!

2. Aquele momento em que ouvimos as palavras mágicas "Vá, agora vamos passar para aquele lado. Tire toda a roupa da parte de baixo e cubra-se com um lençolzinho"

E lá fazemos nós todo um Strip meio acanhado e perturbador, onde tiramos de um lado e tentamos tapar do outro. Ups, será que posso ir de meias?

3. O momento em que sacamos das maminhas para fora e o senhor doutor começa a palpação. Cutxi Cutxi cutxi, dedinhos a percorrer a maminha, aperta ali, aperta aqui ... MAS eu não consigo pensar "Ok, esta parte não é assim tão má!" - Aqueles cutxis todos fazem-me detestar o facto de ter maminhas!

4. E pronto. Ele afasta-se. Manda-nos colocar "uma perninha para aqui, outra perninha para ali" e ala que se faz tarde. Deixa-nos ali numa espécie de impasse perturbador em que só pensamos "como raio é que só faz isto da vida? Vaginas todo o dia! Céus!" (se bem que estive quaseeeee para me dedicar a vaginas para o resto da vida - Boa escolha Marta!). Calça as luvas, arranja lá uns potezinhos, uma espécie de escovilhão e nós ali.

5. E volta! Armado! Volta e ainda tem a lata de dizer: "Relaxe!" ... " Não se contraia" ... "Respire fundo!" ... Claro está que quando alguém nos está prestes a enfiar literalmente uma arma metálica gelada (agora até já são mais amenas de plástico, vá) nas nossas ditas cujas partes baixas, ficaremos claramente calmíssimas, relaxadas - tal e qual uma aulazinha de Yoga.

6. Tudo isto se passa, analisa, avalia, observa e no fim encara-nos bem de frente (o que se torna também constrangedor, ter que estar olhos nos olhos com uns olhos que há uns poucos segundos atrás estavam compenetrados no nosso tesouro) e perguntam se temos alguma questão!

É claro que temos questões!!!!! Está bem e recomenda-se a minha vagina? Vou morrer de cancro do colo do útero nos próximos meses? Está tudo no sítio? Ainda dá para um bebé?, ou a cena já está tão apagadota que a menopausa está aí num tarda nada? É claro que temos questões --- mas não dizemos nada, a maioria das vezes (se estivesse mal ele dizia, certo?)

A verdade, é que no fim, depois de sairmos do consultório, ainda meias abananadas - tudo corre bem (na maioria das vezes!).

Cenas de mulheres! Parvas!

Imagens: http://www.collegehumor.com

Illustrated by Karina Farek

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