Retoques ou não, eis a questão.
- mariafedaita
- 13 de out. de 2017
- 2 min de leitura

As notícias de personalidades que mudaram e se tornaram irreconhecíveis são praticamente diárias. Exemplos de casos de absolutos falhanços do mundo da cirurgia plástica chovem de forma recorrente....desde as tentativas frustradas de lábios carnudos que viraram verdadeiros até aos rostos sem expressão acabados pela obsessão desesperada por exterminar rugas ou traços de expressão.
E depois há os verdadeiros milagres do mundo da estética em que maminhas habitualmente vizinhas dos umbigos se erguem miraculosamente e agitam as invejosas, amostras infelizes de pencas tortuosas que se transformam em narizes, áreas e áreas de anos de vida de hamburguers ou batatas fritas que se evaporam e criam cinturas de vespa, traseiros que parecem esbofeteados com frigideiras que se tornam em rabos espetacularmente modelados, capazes de fazer parar o trânsito, até rostos e faces delicadamente retocados, numa espécie de arte plástica mimosa e perfeitamente animadora de egos esgotados pela idade.
Sou absolutamente a favor de procedimentos que nos tornem "melhores" fisicamente, mas, principalmente, que nos elevem a auto-estima outrora perdida, sem que isso nos apague personalidade, carácter ou postura.
Tal como tudo na vida, optarmos por estas inovações científicas disponíveis será, a meu ver, uma mera questão de equilíbrio. Se isso me fará sentir melhor, a mim, talvez até a outros, se me fará sentir mais feliz ... porque não?Se um dia tiver que e puder recorrer a cirurgias estéticas, fá-lo-ei indubitavelmente. Com peso e medida. Com uma análise racional e, principalmente, nas mãos de profissionais de confiança, experientes e com provas dadas de verdadeiras obras primas.
A cirurgia estética poderá funcionar, em muitos casos, como a alavanca não só para correção de deformidades, imperfeições congénitas ou adquiridas, ou sequelas de traumas físicos ou, quem sabe, acidentes de auto estima irremediavelmente perturbada. Sinais de anos de cansaços acumulados, trabalhos incansáveis, efeitos da gravidade nos corpos ou simplesmente descontentamentos escondidos.
Verdade seja que, ao submetermo-nos ou ao escolhermos optar por uma destas transformações no nosso corpo, estaremos a sujeitar-nos a todos os riscos inerentes a uma intervenção cirúrgica, às complicações possíveis, a tempos de recuperação, em busca e em prol de uma perfeição inalcançável: infeções pós-operatórias, complicações respiratórias, hemorragias, tromboses, alterações da sensibilidade ou morte.
Claro que, atualmente, caímos num ridículo conceito de beleza inequivocamente destruidor de princípios e "pessoas". A busca constante pela efemeridade da juventude, do corpo perfeitamente desenhado, do exagero extravagante como forma de chamada de atenção ou notoriedade na sociedade, elevam a cirurgia estética a um extremo ilimitado de riscos, exposições e perda de identidades. Pessoas que se tornam num conjunto irrisório de silicones implantados inexpressivos, inúteis e basicamente não funcionais.
Se hoje, com o avançar da ciência e da estética, temos disponíveis métodos e opções capazes de nos melhorar o exterior e confortar o interior ... porque não?
Comments